domingo, 2 de outubro de 2011

Desnutrição no câncer

Tumor de mama em cadela
Quem tem um animal ou mesmo um parente humano que enfrenta o câncer sabe: a doença nunca vem sozinha. Não é apenas o tumor que precisa ser combatido.  Como se já não bastassem a dor e o desgaste físico, o câncer ainda traz consigo as chamadas síndromes paraneoplásicas (SPN).  Estas são, por definição, as alterações patológicas que surgem como conseqüência de um tumor primário.  Algumas SPN chegam a ser tão agressivas que requerem tratamento antes mesmo da terapia antitumoral, visto representarem um risco mais imediato à vida do paciente. Estas síndromes podem ser gastrintestinais, endócrinas, renais, cutâneas, hematológicas e neurológicas, entre outras.
A síndrome paraneoplásica mais comum em cães e gatos é a caquexia do paciente oncológico. Em termos mais específicos, o seqüestro de nutrientes pelo tumor, bem como a liberação de certos hormônios e citocinas conduzem a um balanço calórico negativo que culmina com emagrecimento, perda de massa muscular, imunossupressão etc.
É preciso entender que o câncer atua no paciente como um parasita: para crescer, ele “rouba” nutrientes do organismo. Associado a isso há a liberação de fatores que inibem o centro da saciedade no cérebro. Tudo isso leva a um balanço energético negativo para o paciente.  Os danos ao metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras são extensos.
Pode ocorrer intolerância à glicose e aumento da glicemia, o que, por sua vez, conduz a alterações na resposta fisiológica à glicose, ao lactato e à alimentação. Clinicamente isso é importante porque delimita as estratégias da suplementação alimentar e da fluidoterapia.
Alguns aminoácidos de alto valor energético podem ser de grande valia no tratamento de pacientes com câncer; auxiliando na diminuição da nefrotoxicidade e outros efeitos adversos da quimioterapia, além da própria redução do tumor.
Os lipídios não parecem ser tão bem utilizados como fonte de energia por alguns tumores, contrariamente ao que ocorre com carboidratos e proteínas. Isso corrobora teorias que preconizam uma dieta rica em gorduras para pacientes oncológicos. Porém, é necessário frisar que tais dietas tem um uso muito limitado devido aos prejuízos que podem causar em outros sítios orgânicos.
Nos Estados Unidos, o National Institute of Health (Instituto Nacional de Saúde), recomenda o uso da acupuntura como terapia útil para aliviar diversos males do câncer. Nos pacientes oncológicos a acupuntura atua como terapia auxiliar, diminuindo a dor e o desconforto provocado por vômitos, ansiedade, falta de apetite e efeitos adversos da quimioterapia, proporcionando bem estar e qualidade de vida ao paciente.
Os princípios da medicina ortomolecular tem uma excelente aplicação no tratamento do câncer, buscando a restauração dos níveis corretos de vitaminas e minerais no organismo. Em uma próxima postagem falaremos sobre essa suplementação para o cão e gato com câncer.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dermatofitose

A dermatofitose é um distúrbio dermatológico, causado por fungos que causam lesões na pele, deixando-a suscetível a outras infecções oportunistas. 


É um problema muito comum em cães e gatos, sendo mais freqüente em filhotes, pacientes com baixa imunidade e gatos de pêlo longo.  Entre os cães, os yorkshires e jack russels são as raças mais predispostas.
As lesões de pele na maior parte das vezes são pequenas áreas arredondadas, sem pêlos, circunscritas ou espalhadas, tomando, por vezes, o corpo inteiro. No início, estas lesões podem nem estar visíveis, mas o animal se coça bastante, o que leva o proprietário a procurar atendimento veterinário
Outros sintomas são vermelhidão na pele, pápulas, crostas e seborréia.  Raramente gatos podem apresentar dermatite miliar e/ou nódulos (pseudomicetoma).
Estados subclínicos (assintomáticos) são vistos em gatos de pêlo longo.
O diagnostic pode ser feito de várias maneiras, entre elas o exame com lâmpada de Wood, tricografia, histopatologia, cultura fúngica e Reacão de Cadeia de Polimerase (PCR).

O tratamento pode ser demorado e é feito com o uso de medicação antifúngica oral e tópica, na forma de banhos com xampus específicos prescritos pelo Médico Veterinário.
Muitos animais não chegam a uma cura definitiva, mas podem manter-se sob controle através da pulsoterapia (uso de medicação por tempo prolongado e em dias específicos).

Segundo a dermatologista veterinária Drª Romeika Reis, o que dificulta muito o tratamento é o fato de que os esporos dos fungos podem permanecer viáveis no ambiente por até um ano e meio. Em razão disso, deve-se realizar um rigoroso controle nos lugares onde o animal circula, com o objetivo de remover qualquer material contaminado que possa ocasionar uma recidiva. Todos os paninhos, caminhas, brinquedos e outros utensílios deves ser descartados ou esterilizados com água fervente.
Fonte: www.facmed.unam.mx/deptos
O! A dermatofitose é uma zoonose, ou seja: o ser humano pode sim ser acometido. Impedir que seu animalzinho tenha uma dermatofitose pode não ser fácil, pois o problema é muito comum e de fácil disseminação. Evite mantê-lo em contato direto com outros animais que você não conheça; seque-o muito bem após o banho. De qualquer forma, a vacinação ainda é a melhor maneira de prevenir a doença.


Fotos dos animais: Small animal dermatology: a color atlas and therapeutic guide. Keith A. Hnilica.—3rd ed.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Congresso MEDVEP

Nem o frio intenso foi capaz de apagar o sucesso do Congresso de Especialidades Medvep 2011, realizado em Curitiba. O evento foi um sucesso. palestras fantásticas, estandes dos mais variados... enfim, foi realmente muito proveitoso. Foram dezenas de fóruns e discussões com profissionais renomados de todo o Brasil e do exterior.
Eu particularmente dediquei-me às palestras de acupuntura, neurologia e fisiologia, nas quais pude ter contato com muita gente boa e competente. Destaque para as excelentes palestras da Drª Carolina Haddad,  de Santos (SP) e do Dr. Danny Perez (Venezuela). Em 2013 o Congresso será realizado em Bento Gonçalves (RS). Preparem os casacos, porque será imperdível!

domingo, 17 de julho de 2011

Para que serve a Acupuntura?



Criada na China há cinco mil anos, a acupuntura é uma terapia baseada na regulação dos processos orgânicos através da inserção de finíssimas agulhas em pontos sensíveis do corpo. É uma técnica bastante utilizada pelas culturas orientais para os mais variados tipos de tratamentos. No mundo ocidental, infelizmente, devido à falta de divulgação e conhecimento, muitos pacientes deixam de ser beneficiados por esta terapia.

A acupuntura pode ser indicada para inúmeros tipos de alterações fisiopatológicas ou comportamentais. A técnica milenar chinesa tem se mostrado extremamente benéfica, sobretudo no tratamento de problemas neurológicos, músculo-esqueléticos, digestórios e em casos de câncer. Mas não para por aí: em outras doenças, as agulhinhas podem atuar como poderoso adjuvante, auxiliando e acelerando o tratamento convencional.

Nos casos de pacientes gravemente enfermos e hospitalizados, a acupuntura atua na melhora do animal notadamente através do fortalecimento do sistema imunológico e do auxílio no controle da dor, do vômito, e da diarréia. Em termos mais gerais, a técnica ajuda a “harmonizar” os processos fisiológicos do organismo.

Algumas das áreas onde a acupuntura pode atuar são: 

Atropelamento
 1.   Distúrbios musculoesqueléticos:
-Displasia Coxofemoral
-Displasia escápuloumeral
-Artrite / Artrose
-Doenças degenerativas

    2.   Dermatopatias:   
    -Atopia
    -Piodermite
    -Otites
    -Demodicose (sarna demodécica)
    -Seborréia

    3. Traumatologia e/ou recuperação pós-cirúrgica:
     -Controle da dor
     -Redução de edemas
     -Analgesia segura
     -Acelerar a cicatrização de feridas

    4. Doenças neurológicas:
-Hérnia de disco, calcificação, espondilose e síndrome de Wobbler
-Sequelas de cinomose
-Paralisia facial
-Paralisia de membros
-Convulsões, epilepsia
Síndrome de Wobbler
-Incontinência fecal e urinária
-Encefalites
-Síndrome vestibular
-Polirradiculoneurite
-Miastenia gravis


    5. Distúrbios renais/urológicos
-Insuficiência renal
-Cistites
-Cálculos
-Doença do Trato Urinário Inferior Felino

    6. Problemas gastrointestinais
-Gastrite
-Anorexia 
-Fecaloma
-Prolapso retal
-Vômitos
-Diarréia
-Megaesôfago

    7. Problemas endócrinos
-Hiperadrenocorticismo
-Diabetes

     8. Distúrbios comportamentais
-Hiperatividade
-Ansiedade
-Depressão

9- Câncer
-Analgesia
-Regressão da massa tumoral
-Bem estar do paciente

10 - Doenças infecto-contagiosas
-Como adjuvante do tratamento.








A "doença do carrapato"

A Erlichiose Monocítica Canina ou Pancitopenia Tropical Canina é uma moléstia transmitida pelos carrapatos do gênero Rhipicephalus sanguineus, aquele carrapato vermelho, bastante comum nos cães.

O agente transmissor da doença é a Erlichia canis, um parasita microscópico que que se aloja nas células mononucleares do sangue dos cães. A transmissão se dá quando um carrapato contaminado se alimenta do sangue do cachorro. Desta forma, compreende-se que o surgimento do problema não está diretamente relacionado com a infestação do animal, pois basta um carrapato contaminado, para difundir a doença.
Os sintomas são muito variados e dependem da reação do organismo à infecção. Os mais comuns são as hemorragias, perda de apetite e depressão. Alguns pacientes chegam até a parar de andar. Na fase subclínica, que pode durar de 6 a 10 semanas, o animal está aparentemente saudável, sem quaisquer sinais de desordem, e as alterações só podem ser visualizadas no exames de sangue. Em casos mais raros podemos encontrar edema (inchaço) nas patas, perda de apetite, palidez nas mucosas, olhos turvos etc.

A doença pode ter um curso agudo, com sintomas como febre, falta de apetite, perda de peso, vômito e depressão, que podem surgir entre uma e três semanas depois do contágio. Como o número de plaquetas (elemento que promove a coagulação do sangue) diminui muito, é possível que o animal apresente sangramentos no nariz, na urina ou nas fezes. Por esse mesmo motivo, podem aparecer manchas ou pontos avermelhados (petéquias) na pele e nas mucosas, além de dificuldade respiratória.
Nos casos em que se desenvolve uma doença crônica, os sintomas são percebidos mais facilmente como perda de peso, abdômen dolorido, aumento do baço, do fígado e dos linfonodos, depressão, pequenas hemorragias, edemas nos membros e queda no sistema imune, deixando o paciente mais suscetível a infecções secundárias.

A erlichiose mata, mas quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura. O diagnóstico pode ser feito pelo hemograma completo ou por exames mais específicos, como imunofluorescência direta.

O tratamento é feito com antibióticos e suplementação nutricional. Por vezes, dependendo do estado do animal, recomenda-se internamento com fluidoterapia e/ou transfusão de sangue.
A melhor forma de prevenção é a eliminação dos carrapatos (principalmente os que estão no ambiente). Mas isso já é assunto para um outro tópico...

O que é Acupuntura


Trata-se de uma antiga técnica de tratamento que consiste no estímulo de certos pontos na superfície do corpo, com o intuito de restaurar o equilíbrio orgânico. Podem ser utilizadas várias técnicas e materiais, como agulhas, injeção de medicamentos ou o próprio sangue dói animal (fármaco e hemopuntura respectivamente), massagens, e também o calor proveniente da queima da moxa, preparada à partir de uma erva medicinal chamada Artemísia vulgaris ou de carvão prensado.



QUAL SUA ORIGEM?
Há cerca de 5 mil anos, na China. De lá, ela se espalhou por vários países da Ásia. Com o tempo as técnicas e procedimentos foram evoluindo. Hoje já é comum o uso de eletricidade, magneto e laserterapia associada ao conhecimento milenar da Medicina Tradicional Chinesa (MTC).

PARA QUE SERVE?
Várias doenças podem ser tratadas pela acupuntura. Na MTC a doença é uma manifestação de desequilíbrio no organismo, e a acupuntura é uma forma de recuperar essa harmonia. Entre as doenças tratáveis pela acupuntura encontram-se: paralisias, dores em geral, vômitos, diarréia, disfunções neuromusculares, sequelas de cinomose, hérnia de disco, espondilose (bico de papagaio), gastrite, estresse, distúrbios hormonais e respiratórios, paralisia facial, displasia coxo-femoral, incontinência urinária e fecal, prolapsos etc.


PODE-SE ASSOCIA-LA A OUTROS TRATAMENTOS?
A associação com a acupuntura promove tanto a aceleração e a facilitação dos processos terapêuticos quanto a redução das doses dos remédios utilizados no tratamento convencional.


SERÁ QUE DÓI?
Normalmente não. Na maioria dos casos ao sentir a energia do ponto ser ativada (sensação De Qi), o animal pode sentir um desconforto e reclamar. A sensação é parecida com um leve choque.


COMO FUNCIONA?
O mecanismo de ação da acupuntura ainda não foi completamente esclarecido. Sabe-se que o estímulo dos pontos leva à produção de substâncias que teriam ação sobre receptores do sistema nervoso (neurotransmissores e neuromediadores). A acupuntura teria também ação antiinflamatória por estimular a produção de esteróides endógenos.

sábado, 16 de julho de 2011

Acupuntura - Vídeo 18

Primeiros cuidados: vacina e vermífugo

Continuando nossas explicações sobre cuidados iniciais com o filhote, vamos esclarecer dois pontos de extrema importância: quando vacinar e quando vermifugar seu filhote. Não toma muito tempo e pode salvar a vida de seu novo amigo.

VERMIFUGAÇÃO
Aos 15 dias de vida o filhote (do cão ou do gato) deve receber sua primeira dose do antiparasitário, que vai combater vermes nematódeos, cestódeos etc. O esquema de vermifugação depende muito da região e do médico-veterinário. Cada profissional escolhe um esquema que mais lhe agrade. Pessoalmente tenho recomendado no início quatro doses com intervalo de oito dias entre si.
Após esta primeira etapa, devemos repetir a vermifugação a cada 3 ou 4 meses, porém com duas doses apenas, num intervalo de 21 dias.

VACINAÇÃO
É de extrema importância vacinar o animal. O custo das vacinas pode pesar um pouco na hora, mas, acredite: se seu bichinho adoecer, dependendo do caso, você poderá gastar, num dia, o que gastaria com todo o esquema vacinal. Evite isso, vacine.
Existem vacinas de vários fabricantes diferentes; vacinas boas e vacinas não tão boas...Exija sempre o carimbo com a assinatura do médico-veterinário. Os laboratórios mais confiáveis são aqueles que tem um rígido controle de qualidade de seus produtos. A assinatura do veterinário ajuda essas empresas nesse controle, pois quaisquer problemas pós-vacinais são imediatamente identificados e reportados ao fabricante da vacina pelo veterinário responsável.

O esquema inicial de vacinação PARA CÃES é o seguinte (à exceção da V10 , as datas podem ser alteradas a critério do veterinário):

1º Dose da V10 - 45 dias
2º Dose - 66 dias
3º Dose - 87 dias
4º Dose - 108 dias

1º Dose contra giárdia - 108 dias
2º Dose contra giárdia - 129 dias


1º Dose contra Bronquite infecciosa canina - 108 dias
2º Dose contra Bronquite infecciosa canina - 129 dias

Anti-rábica: 87 dias

Vacina contra a Leishmaniose: A partir dos 4 meses de idade.

Já no caso dos GATOS, segue-se este esquema:

1a Dose da quádrupla: 45 dias
2a Dose da quádrupla: 66 dias
3a Dose da quádrupla: 87 dias

Anti-rábica: 87dias
ATENÇÃO: TODAS AS VACINAS REQUEREM REFORÇO ANUAL!!!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cuidados com o filhote

O filhote chegou. Calma! Nada de pânico! Estas informações vão ajudar a tirar algumas dúvidas. Bommm...vamos ao que interessa! Seu bebê precisará ser aquecido, pois o sistema te termoregulação não nasce pronto; por isso os filhotes ficam sempre pertinho da mãe. Como o seu órfão não terá o colo materno para deixá-lo quentinho, você terá que fazê-lo. Nas clínicas, usamos colchões térmicos especiais que fazem este trabalho, mas em casa prepare algo como uma caminha ou um tapetinho; arrume tudo dentro de uma caixa (pode ser uma caixa de transporte). Se tiver algum material que sirva de isolante térmico, melhor. Coloque num cantinho bem quente na casa e pronto. Providencie agora comedouro e bebedouro, tomando cuidado para evitar bebedouros profundos, para evitar que o filhote acabe se afogando ao tentar beber água.
Como qualquer criança, nosso bebê precisa brincar; seus dentinhos também incomodam ao irromper e ele precisará de algo para morder nessa fase. Poupe seus pés e mãos dando-lhe brinquedos resistentes, porém macios.


BANHO
Nos primeiros dias recomenda-se banho a seco. Depois da fase inicial, pode-se usar água levemente aquecida. É importante lembrar que não se deve molhar os ouvidos, para evitar a umidade (que as bactérias adoram). Evite também dar banho nos horários mais quentes do dia. Use xampú próprio para cães filhotes e evite a região dos olhos. Ao término do processo, seque o bebê com toalha e secador.


DENTES
Quanto à higiene oral, o ideal é acostumar o filhote a escovar os dentes todos os dias, se isso não for possível, deve-se fazê-lo ao menos duas vezes por semana.
O animal não sabe que deve expelir o creme dental e não engoli-lo, portanto use sempre creme dental específico para animais, pois os de uso humano podem trazer problemas gástricos.Existem vários produtos que ajudam a diminuir a deposição de placa bacteriana nos dentes do seu cão. Consulte seu médico-veterinário.


OUVIDOS
Procure limpar os ouvidos do animal pelo menos duas vezes por semana, com produtos próprios para isso. Se você não conhece a anatomia do conduto auditivo do seu pet, evite usar cotonetes. A limpeza freqüente ajuda a prevenir as inflamações (otites) tão comuns nos ouvidos dos animais de estimação.

NUTRIÇÃO
Durante as primeiras 12 horas de vida, é imprescindível que o animal receba o colostro. Este deve ser a primeira alimentação que o filhote receberá. Ao nascer o filhote não tem algumas das mais importantes imunoglobulinas (anticorpos). É no leite materno que elas estão. Sem o leite materno, o filhote ficará muito mais suscetível a contrair tanto infecções no período neonatal quanto no futuro. O filhote toma o leite materno até 4 semanas de idade e então começa o desmame.
Em se tratando de filhotes órfãos, há no mercado inúmeras formulações de sucedâneos do leite.
Em breve postarei uma receita de “leite” caseiro para filhotes de cães e gatos.

A transição do leite para outro tipo de alimento deve ser gradual. Primeiro faça um mingau de ração e água, aumentando a consistência gradativamente. Isso se consegue eliminando a água aos poucos, até que o alimento torne-se totalmente seco. Mas nunca use produtos como farinhas e cereais de uso humano. Muita gente faz isso e acaba causando impactação, obstruindo o trânsito intestinal do filhote.
É sempre importante que o animal tenha à sua disposição água limpa e fresca e filtrada o dia todo
O filhote é um ser em pleno desenvolvimento e nessa fase uma nutrição adequada é um fator importantíssimo para o seu crescimento, promovendo condições para uma boa saúde. Use rações específicas para filhotes, preferencialmente de boa qualidade. O animal que recebe uma boa alimentação dificilmente precisará de suplementos alimentares. Por falar nisso, nunca administre suplementos nutricionais sem indicação médica. Muita gente acrescenta por conta própria minerais (cálcio, por exemplo) e vitaminas, sem saber que quantidades inadequadas desses produtos podem prejudicar bastante a saúde dos pets, prejudicando o desenvolvimento ósseo do filhote e predispondo até mesmo a cálculos renais.
Durante o desenvolvimento do animal é importante que haja um acompanhamento veterinário, para avaliar sempre o peso, condição corporal, e dieta.Dê a ração para filhotes até os doze meses e ao menos duas vezes ao dia. A quantidade vai depender da raça, da atividade física e do metabolismo próprio de cada animal. De qualquer forma, quantidades grandes de ração numa única refeição devem ser totalmente evitadas.
Em breve postarei dicas sobre vacinação e vermifugação dos bebês.

Acupuntura - vídeo 17 - pós cirúrgico

domingo, 29 de maio de 2011

Simpósio de Nefrologia e Urologia

O SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE NEFROLOGIA E UROLOGIA VETERINÁRIA foi  fantástico. Ao menos para mim e os  demais participantes com os quais  pude conversar.  Além das palestras e mesas-redondas comuns a eventos do tipo, onde os profissionais puderam  reunir-se para trocar experiências e informações, foi dado o passo inicial para a criaç/ao do primeiro Colégio Brasileiro de Nefrologia Veterinárias do Brasil. O local do Simpósio não poderia ter sido melhor: a bela Porto de Galinhas, em Pernambuco. Um local paradisíaco, cheio de belas e ensolaradas praias e com uma vida noturna bastante aconchegante. Enfim, o local era perfeito e as palestras estavam impecáveis. Deixo aqui os parabéns ao organizador do evento, Dr. Julio Cambraia. 
A boa notícia, aliás, a excelente notícia para a medicina veterinária do Rio Grande do Norte é que finalmente teremos em Natal um serviço de hemodiálise para animais: o Dr. Magno Gonçalves,  renomado profissional de Recife e vice-presidente do recém formado Colégio Brasileiro de Nefrologia e Urologia Veterinária, escolheu nossa cidade do sol para viver. Ele passará a atender no Hospital Amigo Bicho com serviços de nefrologia e cardiologia veterinária. Sorte a nossa e de nossos bichos.

domingo, 15 de maio de 2011

A mportância da vacinação

Imagem: http://animalvirtual.blogspot.com

Com o dia a dia cada vez mais estressante das grandes cidades, muita gente acaba se esquecendo da vacinação de seus animais. Isso pode ter conseqüências drásticas tanto para a saúde do bichinho quanto para o bolso do proprietário, pois, acredite: uma diária de internamento numa clínica pode sair bem mais caro do que uma vacina.
Existem muitos mitos e acerca da vacinação dos animais. Você precisa estar ciente de que cães e gatos não são como nós humanos. Eles andam com as “mãos” no chão, vivem com a cabeça a centímetros do solo e não tem discernimento para saber o que podem e não podem colocar na boca. Dessa forma, estão muito mais expostos a microorganismos causadores de doenças.
Neste post vamos esclarecer algumas dúvidas comuns sobre a imunização dos cães e gatos.
Mais de 90% da imunidade dos filhotes é obtida através do consumo do colostro, aquele primeiro leite produzido pela mãe. Por isso o bebê precisa mamar logo após o nascimento, pois esse leite rico em anticorpos só é produzido durante um curto espaço de tempo. A proteção é ainda maior se a cadela tiver sido vacinada antes da cobertura. Essa defesa herdada da mãe permanece ativa por pelo menos 5 a 8 semanas. Após esse período, o sistema imunológico do filhote já tem autonomia suficiente para responder ao estímulo da vacinação (que deve ser iniciada aos 45 dias).
Por várias vezes, no consultório, ouvi proprietários me explicarem que, por ser idoso, seu animal não precisa mais tomar as vacinas. Já tive mais de um cliente que me relatou ter ouvido isso do próprio veterinário! Ledo engano, meus caros! O que ocorre é exatamente o contrário: cães e gatos idosos podem apresentar uma sensível diminuição na capacidade de produzir anticorpos, por isso DEVEM SER REVACINADOS ANUALMENTE sim.
É importantíssimo entender que a vacinação de animais que já estão doentes, NÃO impede a progressão da doença.
Vamos deixar claro que os anticorpos vacinais demoram de 10 a 21 dias até atingirem níveis satisfatórios. Quando uma doença já está instalada, o que podemos utilizar é o soro hiperimune. Este soro é, digamos assim, uma espécie de “vacina instantânea”, composta de anticorpos prontos para lutar contra a doença, mas ao contrário da vacina, não confere imunidade por um período muito longo.

Para enterdermos melhor:
A vacina introduz antígenos (substâncias estranhas ao organismo, capazes de provocar uma resposta imunológica) no corpo do animal. Ao entrar em contato com esses antígenos, o sistema imunológico (SI) os identifica como corpos estranhos, produzindo imunoglobulinas (os anticorpos) para destruí-lo. Só que esse primeiro reconhecimento e produção são muito lentos. Por isso forma-se no sistema uma espécie de “memória” daquele antígeno, ou seja: da próxima vez em que esse tipo de substância for encontrada no corpo, o SI, já conhecendo-o, terá como agir e produzir anticorpos de forma bem mais rápida e eficiente para eliminá-lo.

Agora corra e vá conferir o cartão de vacinas do seu pet. Se estiver em atraso, não perca tempo. Vá ao seu médico veterinário e procure orientações.

sábado, 30 de abril de 2011

Obesidade em cães e gatos

Um dos maiores erros cometidos por quem possui animais é achar que eles são gente e tratá-los como tal. Por um lado, desenvolve-se uma relação afetiva muito próxima; mas, por outro lado, eles acabam sofrendo as conseqüências do estilo de vida e dos hábitos alimentares errados que muitos de nós humanos apresentamos.
http://oriundi.net/site/oriundi.php?menu=noticiasdet&id=11451

Muitos proprietários dão alimentos inadequados por achar bonitinho ou “diferente”. É aquela história do “Ai que engraçadinho o Dudu tomando sorvete!!”. Outros acreditam que, ao dar uma guloseima para seu bichinho, estão reforçando a relação afetiva que os envolve. Ledo engano! Cães e gatos não pensam assim. Nós é que pensamos.
Entendo que é difícil para quem ama seu animal, deixar de mimá-lo com esses petiscos. Um cãozinho “fofo” pode até ser bonitinho, porém, essa fofura toda pode esconder sérios problemas de saúde que, cedo ou tarde, trarão danos irreversíveis.

Causas
Ao centro: cadela obesa carregada pela proprietária
.
A principal causa de obesidade nos animais é, sem dúvida, a superalimentação. Assim como ocorre nos humanos, cães e gatos obesos consomem muita energia e não gastam quase nada. Se o seu animal passa o dia inteiro deitado e não se movimenta, não caminha nem brinca, ele deve receber muito pouco alimento. Ora, se o bicho só come e não gasta nada, qualquer excesso só pode ficar ali, armazenado na forma de gordura.  
O balanço entre o que o animal come e o que ele gasta deve ser neutro, ou seja: ele deve receber uma quantidade de calorias equivalente à que ele queima. A energia fornecida na dieta deve ser suficiente apenas para suprir as necessidades fisiológicas e atividades físicas do indivíduo.
Alguns cães e gatos também podem ser obesos por causas hormonais ou ainda por estresse (ansiedade), que pode ser devido à falta de atividade física, solidão e até por carência. Tais eventos podem levar o animal a consumir alimento em excesso como forma de aliviar a tensão.

Complicações
A obesidade precisa ser encarada como um problema sério, pois ela pode diminuir as defesas imunológicas, predispõe à diabetes, câncer, problemas cardíacos, articulares e respiratórios, doenças de pele, disfunções reprodutivas, diminuição considerável da expectativa de vida, retardo na cicatrização de feridas, etc.
Um animal obeso que precise fazer qualquer procedimento cirúrgico terá um risco de morte muito superior a um animal saudável, tanto em relação à anestesia quanto à cirurgia em si.  Além de tudo isso, a gordura excessiva ainda dificulta a realização de alguns exames complementares na clínica veterinária.

Controle
Bons hábitos alimentares e exercícios moderados são a chave para o combate à obesidade. Caminhadas diárias são ótimas para cães. Já os gatos só precisam de 15 a 20 minutos diários de brincadeiras (jogar bolinha, usar uma caneta de laser para fazê-lo correr etc).
Quanto à alimentação, o animal pode comer ração ou seguir uma dieta caseira, desde que saudável. Na dúvida o dono do animal sempre deve seguir a orientação do médico veterinário. No caso das rações, recomendo que sigam as tabelas dos rótulos. Geralmente ninguém segue essas recomendações e acabam errando na dose, indo muito além da necessidade do animal.
NUNCA ofereça pão, massas, condimentos, frituras, queijos amarelos, doces, alimento gordos etc. Use o bom senso! Se seu médico lhe diz para evitar esses alimentos, por quê dá-los ao seu bichinho?! Faz sentido?
Para substituir os petiscos você pode oferecer pedacinhos de frutas (só evite as cítricas) e legumes como forma saudável de complementar a dieta. No site do Cachorro verde (www.cachorroverde.com.br) há várias receitas de alimentação saudável e natural para seu pet. Confira.


 Recomendações:
1-     O dono precisa entender que a obesidade é uma doença. A idéia de que o cão gordo é um cão bem tratado é coisa do passado;
2-      Nunca deixe a ração à vontade para o animal. Somente a água deve estar à disposição o dia todo. Depois que ele se alimentar, retire o comedouro. Se ele não comer, já era. Só na próxima;
3-     Deixe o cão comer sozinho. Se você ficar por perto ele pode interpretar isso como uma ameaça e comer mais rápido que deveria, o que dificulta a digestão e assimilação de nutrientes;
4-     Animais que comem rações de alta qualidade requerem uma quantidade menor de alimento. Já os que comem rações de menor qualidade, tendem a consumir uma quantidade maior, para poder absorver todos os nutrientes;
5-     Siga rigorosamente as indicações do fabricante quanto à quantidade de ração a ser fornecida; se ele comer todo aquele conteúdo, não adicione mais;
6-     Divida a quantidade total da ração ao longo do dia para que o animal tenha sempre a sensação de estar saciado. Por exemplo: em vez de dar 600g de uma só vez, dê 3 refeições de 200g;
7-     ESQUEÇA as guloseimas. Isso é o mais importante. Nada de biscoitinho, bifinho, queijo etc. Substitua-os por pedaços de frutas ou legumes;
Atenção: Biscoitinhos ou bifinhos não limpam os dentes do cão (isto é uma jogada de marketing para vender o produto). O que limpa os dentes é a ação mecânica de roer alimento seco (como a ração), mais a escovação freqüente;
8-     Não tenha dó quando seu bichinho ficar mendigando comida à mesa. Ele não precisa de mais alimento. Ignore-o. Esse é um comportamento normal, principalmente em filhotes que foram separados da mãe antes dos 2 meses de idade, quando se estabelece o aprendizado de autocontrole e gestão das frustrações;
9-     Se quer agradar seu animal, dê carinho e não comida;
10-   Encorage o animal a praticar exercícios físicos moderados e regulares. Nada de passar o dia todo deitado na rede!!!
 Se mesmo com todas essas medidas seu gordinho não perder peso, convém procurar o médico veterinário que o trata. Este poderá prescrever medicamentos e/ou florais que auxiliem na perda de peso, além de calcular uma dieta específica para seu pet.

Agora, mãos à obra! Se você também estiver acima do peso,  aproveite para adquirir novos hábitos junto com seu pet. Leve seu amiguinho ao veterinário e procure  para si um nutricionista ou um endocrinologista. Fará bem a todos.

sábado, 2 de abril de 2011

Chegou a hora do parto


Depois de dois meses de angústia, preocupação e cuidados redobrados, finalmente sua "filhota" está para ter os bebês. E agora?

Eis um belo exemplo de instinto materno
Normalmente o instinto materno é suficiente para que a cadela tenha seus filhotes sozinha; contudo, algumas mamães inexperientes podem ter dificuldades. Por isso é importante para o proprietário saber identificar os sinais de que há algo errado, para que possa procurar auxílio veterinário.
O acompanhamento médico é importante durante a gestação para identificar possíveis deficiências nutricionais da mãe ou anormalidades dos fetos. É interessante realizar exame ultrassonográfico para monitorar as condições dos bebês, sobretudo no terço final da gestação. Contudo, devemos lembrar que o ultrassom não é confiável na determinação do número de filhotes, pois pode haver sobreposição das imagens.

A gestação da cadela dura de 58 a 64 dias, enquanto a da gata pode se estender até os 70 dias. Nesse período, comece a medir a temperatura retal da gestante. No período pré-parto esta temperatura diminui para cerca de 37,6ºC. 
Normalmente a fêmea fica nervosa, perde o apetite e pode ficar raspando o chão ou procurando locais protegidos, com o objetivo de formar um ninho. Para ajudá-la, procure o local mais tranqüilo da casa e prepare uma caixa grande, acolchoada com toalhas limpas.

O trabalho de parto propriamente dito começa com a dilatação do colo do útero e com o início das contrações uterinas. 
Na cadela, dilatação completa do colo do útero demora em média 6 a 12 horas, mas pode demorar até 36 horas em mães nervosas ou que estejam em seu primeiro parto. Na gata, este processo pode ser rapido e durar apenas 1 hora, mas também pode durar 1-2 dias.

Em alguns casos, as contrações uterinas podem estar ausentes ou não ter força suficiente para expulsar os fetos. Isso pode ocorrer por deficiência de cálcio ou alguma desordem hormonal. Neste caso, o médico veterinário deve agir de acordo com o estado clínico do animal. É importante que este profissional tenha competência e conhecimento suficientes para evitar tanto o uso prematuro de medicações quanto a indicação desnecessária de uma cirurgia cesariana.

No início do parto é normal observarmos um corrimento vaginal, que pode ser translúcido a castanho, com ou sem sangue. Isto quer dizer que as placentas já estão se desprendendo e que a expulsão dos bebês, está para começar.

Na segunda fase já vemos nitidamente as contrações abdominais que acompanham cada contração uterina. A parturiente, na maioria das vezes, permanece em decúbito lateral. A presença de um veterinário nesta fase pode ser importante, sobretudo, em se tratando do primeiro parto da fêmea e se o macho que fez a cobertura for maior que ela. O vet neste caso deve avaliar se a fêmea tem abertura suficiente para dar passagem aos bebês.

A mamãe precisa de um ambiente o mais tranquilo possível. Evite ficar tumultuando o local com fotos e filmagens. Isso não ajuda em nada. Mantenha-se calmo. O seu stress facilmente se transmite à mamãe, e isso pode interromper um trabalho de parto normal.

Quando os filhotes começam a sair, vem a hora mais tensa para quem assiste ao parto. A cadela (ou gata) deve lamber vigorosamente cada neonato, rompendo as membranas que o envolvem e cortando o cordão umbilical com os dentes. Normalmente elas comem a placenta. Não se assuste.
Caso note que a fêmea não fez seu papel, intervenha. Ajude a libertar o bebê da placenta, segure-o com um pano limpo, limpe suas narinas e massageie-o vigorosamente. Isso serve para estimular a respiração nestes momentos iniciais fora do ambiente uterino. Se a mãe não romper o cordão umbilical, faça nele dois nós apertados a mais ou menos 2 centímetros da barriguinha e corte (com uma tesoura limpa e desinfetada) entre os nós. Se não tiver um fio apropriado para isso, use fio dental. Por fim, passe um pouco de povidine na extremidade pendente do cordão.

O tempo entre o nascimento entre os animais da ninhada é variável. Algumas fêmeas rapidamente expulsam todos os filhotes, outras demoram mais. Se o tempo entre as parições ultrapassar as 2,5 horas, é melhor buscar ajuda.

Não se esqueça de colocar os bebês para mamar logo após o nascimento. O colostro é de extrema importância para a sobrevivência da ninhada. Se algum filhote tem dificuldade na hora de mamar, ajude-o.

É muito prudente saber se todos os filhotes foram realmente expulsos. Como o útero fica aumentado no parto, a palpação nem sempre é precisa. Qualquer profissional competente sabe que o ideal é a realização de um raio-x para descartar a retenção fetal.

Quando procurar o veterinário?
- Se a cadela está prostrada e visivelmente doente;
-Se durante for notado algum corrimento antes do 58º dia de gestação;
-Se a gestação ultrapassa os 64 dias;
-Se a gestante teve diminuição de temperatura, está fazendo ninho e perdeu o apetite há mais de 48 horas e não mostra sinais de contrações;
-Se as contrações não se iniciarem nas 2-3 horas seguintes ao desprendimento das placentas (identificado pelo corrimento castanho-esverdeado);
-Se a fase das contrações ultrapassar 1 hora sem que haja nascimento;
-Se há contrações fracas e pouco frequentes durante mais de 4 horas, sem a expulsão de um cachorro;
-Se observar a exteriorização de alguma estrutura pela vagina por mais de 1 hora, sem que haja nascimento;

Quando recorrer à cirurgia?
A cesariana deve ser o último recurso. Não é preciso ser obstetra ou médico veterinário para saber que o parto normal é muito mais adequado e benéfico à mãe e aos filhotes do que uma cirurgia. Qualquer indivíduo de bom senso sabe disso.

Ao chegar à clínica, o veterinário avaliará o grau de dilatação vaginal, bem como a força e a freqüência das contrações. Se for possível, um exame ultrassonográfico deve ser feito para verificar o estado dos fetos. Em todo caso, podemos ter as seguintes situações:

-A utrassonografia ou o raio-x indicam que há fetos em posições anômalas: cirurgia imediata;
-Não há dilatação: cirurgia imediata;
-Há dilatação e contrações: aguarda-se o parto normal. Caso este não ocorra em 6 a 12 horas, pode-se recorrer à cirurgia;
-Há dilatação, mas as contrações são fracas ou ausentes: após avaliação criteriosa, aplica-se cálcio e/ou o hormônio adequado para estimular as contrações. Se estas não se tornarem mais evidentes em cerca de 40 a 60 minutos, faz-se uma nova aplicação. A quantidade de aplicações de hormônio vai depender do estado da cadela e da avaliação do veterinário. Eu, pessoalmente, não insisto: não havendo resposta após 3 aplicações, recomendo cesariana.

O Pós-Parto
Os cuidados não param após o parto. A expulsão dos anexos placentários deve ocorrer, para que estes não entrem em decomposição no interior do útero, o que pode causar uma grave infecção. Cabe ao médico veterinário prescrever medicamentos que auxiliem nesse processo.

Sabemos que durante o período de lactação a fêmea precisará de uma suplementação nutricional adequada, portanto, o ideal é dar-lhe ração própria para filhotes, devido ao teor mais alto em proteínas. Existem nutracêuticos de excelente qualidade próprios para esta fase da vida. Consulte seu veterinário.

Nos dias subseqüentes ao parto, o útero retorna às suas dimensões normais. Poder-se observar nesse período um corrimento vaginal que pode até ser sanguinolento. Se este não tiver mau odor ou presença de pus, está tudo bem. De qualquer forma, observe atentamente a mãe e seus filhotes. Caso note algum problema, procure o médico veterinário.

Fontes:

-Compêndio de reprodução animal. Lab. Intervet.

-Endocrinologia da gestação e parto em cadelas. da Veiga, G.A.L. ET AL.  Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.33, n.1, p.3-10, jan./mar. 2009.

-Gestação e parto em cadelas: fisiologia, diagnóstico de gestação e tratamento das distocias. Luz, M.R. ET AL. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.29, n.3/4, p.142-150, jul./dez. 2005