domingo, 27 de fevereiro de 2011

Vou viajar. E agora? Hotel para animais.

Você vai viajar e não sabe onde deixar seu amigo de quatro patas? Existem várias opções e a mais difundida é o Hotel para animais.
Mas não vá pensando que todo hotel para cães e gatos dispõe de piscina, serviço de quarto e restaurante. Não é bem assim. A grande maioria dos estabelecimentos são locais com canis, onde os animais ficam confinados a maior parte do tempo. Por isso é importante que você nunca deixe o seu pet hospedado por muito tempo, afinal, trata-se de um hotel, não de uma prisão.


Confira algumas dicas para escolher melhor o local em que deixará seu bebê canino (ou felino):

1- Converse com a equipe do estabelecimento, explique qual a ração e os horários em que o animal come.  Mudanças bruscas na dieta pode não fazer bem, então verifique a possibilidade de deixar as refeições do seu pet prontas em embalagens individuais. Se for necessário armazenamento refrigerado o hotel pode cobrar uma taxa por isso, mas vale a pena;

2- Evite hospedar filhotes, animais não vacinados ou não vermifugados e idosos. Alguns hotéis recusam animais com vacinas e vermífugo atrasados;

3- Se seu animal tem algum problema de saúde, como alergias, cardiopatia, diabetes, epilepsia etc, explique isso à administração do Hotel, fornecendo todas as medicações, bem como o nome e telefone do seu médico veterinário de confiança. De qualquer forma, o IDEAL é NÃO DEIXAR ANIMAIS DOENTES HOSPEDADOS! A responsabilidade é toda sua;

4- Verifique se no hotel os animais passeiam ou tem acesso a banho de sol todos os dias. Alguns hotéis oferecem até hidroginástica. Procure;

5-Observe os recintos e confira as condições de higiene do local;

6- Tenha consciência de que por mais limpo que seja o hotel, não há como garantir que seu pet não vá ser alvo de
carrapatos e pulgas que porventura também estejam hospedados por lá. Após ir buscá-lo, convém levá-lo ao pet shop para uma “geral”, ok?

Só para você ter idéia do que se pode oferecer em um Hotel para cães e gatos, seguem alguns links bem legais que achei no Google:

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Gatos x Água


Há proprietários -e não são poucos- que, no consultório, perguntam se gato pode tomar banho. Eu particularmente, mesmo que queira, não consigo encontrar um motivo que os impeça de frequentar o pet shop! Gato toma banho sim; gato gosta de água sim. O problema dos felinos com a água não está em molhar-se, mas em bebê-la.  
Sabe aquele esquecimento que muitos de nós temos? Passamos o dia inteiro atarefados e acabamos esquecendo de nos hidratar? Pois bem: o gato leva isso muito a sério e é um dever dos donos estimulá-los a aumentar a ingestão de líquidos.
Os antigos ancestrais dos felinos modernos eram animais adaptados à vida com pouca água, pois viviam em savanas e desertos. Essa adaptação lhes permitia eliminar os metabólitos e as toxinas corporais numa urina bastante concentrada, sem precisar de muita quantidade de água. Nossos felinos de hoje ainda apresentam capacidades parecidas, porém, seus hábitos alimentares são completamente diferentes dos de seus antepassados, o que os impede de viver sem um bom suprimento de água.

No gato a baixa ingestão de água pode levar a sérios problemas urinários, desde simples infecções urinárias até a insuficiência renal crônica.

É muito comum encontrarmos felinos com dificuldade em urinar. Proprietários de gatos do mundo todo sabem bem do que estou falando: o animal tenta desesperadamente, mas não consegue fazer xixi. O problema não é simples. Qualquer tipo de obstrução ao fluxo urinário deve ser encarado como uma emergência e o paciente deve ser levado imediatamente ao veterinário.
Quando o gato (ou mesmo o cão) não urina. Esta vai se acumulando e pode acabar causando uma ruptura da bexiga. Caso isso aconteça, o paciente precisa de cirurgia imediata.
Aqui vão algumas dicas para estimular seu gato a se hidratar melhor:
1.    Espalhe bebedouros por vários locais da casa: Imagine um gatão de 6 quilos preguiçosamente deitado numa sombra no local mais ventilado do jardim...você acha mesmo que ele vai se levantar para ir beber água lá na área de serviço, a 30 metros de distância? Eu acho que não;
2.    Mantenha a água sempre limpa e fresca;
3.    Não use água muito clorada. O gato pode recusar;
4.    Mantenha bebedouros impecavelmente limpos: felinos são animais muito asseados. Alguns simplesmente recusam-se a comer ou beber em vasilhas sujas;
5.    Gatos adoram tomar água corrente, porque a água em movimento é mais limpa. Uma opção para isso é usar aquelas fontes decorativas;
6.    Faça sopinhas misturando ração úmida (em sachê) com água: Isso é muito bom, sobretudo para gatos doentes, porque alimenta e hidrata simultaneamente;
7.    Se você mora numa cidade muito quente, adicione um cubinho de gelo à água. Isso a mantém fresquinha, principalmente no verão. Há gato que adora!!

De qualquer forma, observe se o gato bebe muita água, se urina muito, se há perda de apetite ou emagrecimento. Esses podem ser sinais de doença grave.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Hérnia de disco


A dor nas costas é algo que atormenta muitos seres humanos. Na verdade é raro conhecer alguém que nunca tenha se incomodado com aquela pontada perto do pescoço ou aquele desconforto na lombar.  
Nossos problemas começaram há milhares de anos, quando deixamos de viver em árvores, como os outros primatas, e passamos a viver com os pés no chão. Gradativamente nossa postura foi ficando mais ereta e a força exercida na coluna tornou-se bastante centrada em seu eixo vertical, forçando os discos de uma forma para a qual eles não estavam preparados. Nos animais quadrúpedes, o corpo assume posição horizontal, fazendo com que o peso dos órgãos internos exerça uma força que traciona a coluna para baixo, causando lordose. Neles, este problema é compensado por uma musculatura extremamente adaptada. Além disso, nossos amigos de quatro patas raramente cometem os pequenos erros comuns dos humanos, como o sedentarismo e os vícios posturais nocivos.  

Mesmo assim, cães e gatos não estão imunes aos problemas de coluna. Nos animais mais idosos é comum vermos hérnias de disco, espondilose (bico de papagaio), discoespondilite, calcificação etc.  Por ter uma coluna mais extensa, os dachshunds e bassets são bastante predispostos aos distúrbios desse tipo.

O disco intervertebral funciona como um pequeno amortecedor que fica entre uma vértebra e outra, impedindo o atrito entre elas e suavizando o impacto dos movimentos. Ele é feito de um tecido fibroso, possuindo em seu interior, um núcleo pulposo, semelhante a uma gelatina. Quando o disco se torna desgastado ou sofre alguma lesão que o possa romper, sua massa projeta-se em direção ao canal medular.   
Ao pressionar a medula, a herniação causa literalmente um corte na passagem da informação nos tratos nervosos.

Para entender melhor, vamos a uma pequena e simples explicação anatômica:
A medula espinhal passa por dentro da coluna e faz parte do sistema nervoso central, ligando-se diretamente ao cérebro. Imagine um cano grosso dentro do qual passam outros vários canos finos, como canudinhos. Pois bem; esses canudinhos são os diversos tratos por onde a informação é levada dos mais variados locais do corpo (órgãos, membros etc) até o cérebro.
Entre as vértebras temos orifícios por onde saem os nervos que vão suprir o organismo. Estes ramos são chamados de raízes nervosas. Uma das funções do disco é também servir de proteção para essas raízes e quando ocorre uma hérnia, elas também são comprometidas.
Quando a hérnia pressiona um dos tratos medulares ou alguma raiz nervosa, a informação que passa por ali fica comprometida. Um exemplo: a protrusão do disco pode pressionar um trato espinhal responsável pela inervação dos membros posteriores e causar paralisia desses membros.

A gravidade da lesão depende da velocidade com que é aplicada a força compressiva, do grau de compressão e da duração desta compressão. Os principais sintomas clínicos observados são: dificuldade de locomoção, paralisia dos membros, e incontinência ou retenção urinária e/ou fecal. Pode haver dor local, mas geralmente a sensibilidade à dor nos membros está diminuída ou até ausente.
O tratamento varia com a gravidade da lesão e pode ser conservativo ou cirúrgico. O tratamento conservativo preconiza o repouso absoluto e o uso de antiinflamatórios e nutracêuticos. A fenestração cirúrgica do disco é a opção em animais com quadros mais graves. Nesse contexto, a acupuntura surge como terapêutica de grande importância, podendo auxiliar tanto no tratamento conservativo quanto no cirúrgico.

A ação da ACUPUNTURA se dá de várias formas: primeiro, causando analgesia e diminuindo o desconforto causado pela dor; segundo, através de sua poderosa ação antiinflamatória e, em terceiro lugar, promovendo relaxamento muscular, o que reduz a tensão na musculatura, que normalmente está contraída por causa da dor.
A literatura científica diz que nos animais que perdem a sensação de dor profunda, o prognóstico é reservado, sendo mais difícil sua recuperação. Contudo, temos tido alguns pacientes sem dor profunda que, após 8 a 12 tratamentos demonstraram melhoras significativas (ver caso clínico, ao final do post).

Em caso de acidente com lesão à coluna, deve-se manter o animal em repouso, manipulá-lo com o máximo de cuidado e encaminhá-lo a um médico-veterinário imediatamente. O animal acidentado necessita passar por exames e observação para descartar outros problemas e lesões que tragam risco à vida, como ruptura de órgãos internos, toxemia etc.
Para o diagnóstico exato da herniação, faz-se necessário um minucioso exame radiológico contrastado (mielografia), a fim de enumerar e localizar com precisão as lesões.


Caso Nino
Nino, um Dachshund de 6 anos, estava fadado à eutanásia. Chegou ao consultório sem movimentos nos membros posteriores, nos quais não havia sensação de dor profunda.  Todos os reflexos relativos a estes membros estavam diminuídos. O animal apresentava ainda incontinência urinária e fecal. Foi feito exame radiográfico da coluna, no qual evidenciou-se protrusão de disco entre as vértebras torácicas T10 e T11, T12 e T13 e entre as lombares L1 e L2.
O animal era extremamente estressado e arisco, o que aumentava a tensão em sua musculatura e dificultava ainda mais o tratamento. Às vezes tínhamos que fazer uma sessão de massagem antes da acupuntura, para tentar deixá-lo mais relaxado.
A sensibilidade à dor profunda foi recuperada em 30 dias. Em seguida concentramo-nos na força e no movimento nos membros. Ao fim do tratamento, que durou cerca de 3 meses, ele voltou a andar. É certo que voltou a caminhar com alguma dificuldade de equilíbrio, mas, para um animal que poderia ficar paralítico, os ganhos foram enormes. A incontinência urinária permaneceu ainda por alguns meses, mas aos poucos foi se normalizando.

Referências:
Acupuntura no Tratamento das Afecções Medulares. (Joaquim, Jean G.F.).

Reversão de paralisia em cão da raça Dachshund com tratamento por acupuntura. (Reginaldo Lourenço, Ana Helena Macedo Gouvêa e Mariney Flávia Pereira Di-Tanno Ramalho)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Se um cachorro fosse professor


Recebi por e-mail este texto e achei muito legal. Na mensagem, a autoria é creditada a Ramiro Rios. Espero que gostem.

Se um cachorro fosse professor, você aprenderia coisas assim:

Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e deite debaixo da sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado...volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo....Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali para confortar.
A amizade verdadeira não aceita imitações!!!


Nota: A ilustração deste post foi retirada do próprio e-mail que me foi enviado.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Envenenamento


É muito comum no dia-a-dia atendermos animais vítimas de envenenamento causados pelos mais diversos agentes tóxicos. Nem sempre é fácil reverter uma emergência toxicológica; nesses casos, quanto mais rápido for instituída a terapia, maiores são as chances de sucesso.

Na maioria das vezes ocorre ingestão de inseticidas organofosforados ou venenos anticoagulantes usados contra ratos. Há ainda os casos de ingestão acidental ou superdosagem de medicamentos e plantas tóxicas, cada vez mais comuns. E preciso lembrar também que muitos produtos que julgamos inofensivos, podem causar intoxicação nos animais; é o caso do CHOCOLATE, da CEBOLA e de alguns medicamentos de uso humano.

Alguns sinais comuns de possível envenenamento incluem excesso de salivação, convulsões, hemorragias, vômitos, diarréia, dor abdominal, tremores, nervosismo e coma


O mais importante: Se você estiver próximo a alguma clínica veterinária, não perca tempo tentando fazer os primeiros socorros. Corra para lá LEVANDO, SE POSSÍVEL, A EMBALAGEM DO PRODUTO tóxico. Se o agente causal for uma planta, leve uma folha para identificação.
Atenção: Atendimentos emergenciais têm preferência. Ao chegar à clínica, tente manter-se calmo e diga ao atendente o que está ocorrendo. Seu animal terá que passar na frente dos que já estavam esperando, então, seja polido e peça desculpas aos outros proprietários.

Caso não haja possibilidade de se chegar rapidamente à clínica:

1- procure identificar o que o animal ingeriu e a quantidade. Ligue imediatamente para o médico veterinário;

2- Se a ingestão tiver ocorrido há pouco tempo tente fazê-lo vomitar. Para isso, dê uma colher de sopa de água oxigenada para cada 10kg de peso. Se ele vomitar, recolha o conteúdo do vômito e leve-o, junto com o animal, imediatamente ao veterinário;
ATENÇÃO: Se você suspeita que o produto ingerido seja cáustico ou derivado de petróleo, Não induza o vômito!!!

3- Não medique o animal sem saber; você pode piorar a situação;

4- Em caso de contato de produtos químicos na pele, como tintas, óleo queimado, inseticidas etc, lave imediatamente com sabão neutro e água corrente em abundância. EVITE água morna, pois isso dilata os pequenos vasos da pele e aumenta a absorção do produto;
ATENÇÃO: Se o animal estiver com a temperatura baixa, o banho pode matá-lo. Na dúvida, esqueça o banho e corra para a clínica;

5- Se o animal estiver inconsciente ou tendo convulsões, enrole-o em um cobertor e leve-o imediatamente a um médico veterinário;
ATENÇÃO: Não se desespere e nem tente segurar a língua do animal (você pode perder um dedo assim). Apenas proteja a cabeça dele, para evitar traumatismos e procure atendimento veterinário;

6- Se houver vômitos involuntários enquanto o animal está inconsciente, mantenha sua cabeça na posição anatômica, voltada para baixo, evitando que ele se engasgue com o próprio vômito;

7- Procure atendimento médico-veterinário o mais rápido possível.

Previna o envenenamento.
-Use os produtos de acordo com a bula, seguindo as recomendações de segurança;
-Não coloque veneno para rato ou baratas em locais onde o animal possa encontrar. Lembre-se de que se o animal teve acesso ao veneno, suas crianças também podem ter.
-Cuidado ao usar inseticidas;
-Usar medicamentos com cautela. Muitos medicamentos de uso humano podem matar um animal.

Produtos cáusticos incluem: detergentes de louça, água sanitária, desentupidores de ralos, removedores de gordura e desinfetantes.

São derivados do petróleo, entre outros: combustíveis, solvente de tinta, cera para chão e solução de limpeza a seco.
Outros agentes que comumente podem causar envenenamento em animais são: bebidas alcoólicas, maconha, amônia, plantas tóxicas, água sanitária, chocolate, detergentes, desinfetantes, fertilizantes, lustra-móveis, cola, alguns medicamentos de uso humano, naftalina, veneno de rato, inseticidas, cebola, tintas removedores e diluentes de tintas, graxa de sapato, óleo de freio automotivo e pastilha sanitária.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Displasia coxo-femoral


Ela é o terror dos proprietários de rottweilers e pastores alemães. A famigerada displasia coxofemural (DCF) é um distúrbio hereditário bastante comum nos cães. Na verdade qualquer raça pode desenvolver o problema, mas raças grandes são mais acometidas.

Na DCF ocorre uma má formação da articulação coxofemural, ou seja, na inserção do membro traseiro na bacia. Os primeiros sintomas podem aparecer cedo, já aos 5 ou 6 meses, mas na maioria dos casos ela só se manifesta na idade adulta. O animal afetado pode mancar e demonstrar dor ao se levantar e ao andar. A dificuldade é maior nos pisos mais escorregadios, como cerâmicas. Nos casos mais graves, o cão pode parar de andar e sofrer atrofia da musculatura do membro posterior.

O diagnóstico da displasia é feito através de um exame simples de raio-x da articulação coxo-femoral. Mesmo em cães assintomáticos o problema pode ser identificado, facilitando bastante a prevenção dos sintomas. Muitos cães portadores vivem normalmente, correm, brincam e nadam como se não houvessem quaisquer problemas, desde que se tomem os os cuidados necessários. O cão da foto ao lado é um pastor alemão de 10 anos que tem displasia grave. Chegou a parar de andar, mas fez o tratamento e hoje vive normalmente, protegendo sua casa e caminhando todos os dias com seu dono.

O tratamento envolve o uso de antiinflamatórios e analgésicos associados a condroprotetores.  É necessário também evitar a obesidade e o consequente excesso de peso sobre a articulação. Exercícios físicos leves também são importantes, mas tem que ser realizados em piso áspero, para evitar escorregões. Aliás, em se tratando de exercício, a natação é uma ótima prática para o fortalecimento das estruturas articulares. Se possível, também deve ser feita uma suplementação nutracêutica visando minimizar o estresse oxidativo e reduzir a ação dos radicais livres, que também causam lesões nos tecidos articulares.

Geneticamente a DCF tem caráter recessivo. Isso quer dizer que o macho e a fêmea precisam ter o gene para transmitir o mal aos filhotes. Acontece que pouquíssimos proprietários sabem do problema e muitas vezes não tem como fazer exames antes da cruza. O cão portador de DCF não deve ser utilizado para reprodução. Mesmo filhotes normais cujos pais tem DCF, não se devem reproduzir. Pois seus filhos poderão herdar o problema dos avós.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eutanásia

Este é um desabafo pessoal. É que às vezes não dá para calar frente ao que vemos e ouvimos.
É impressionante a que ponto pode chegar a insensibilidade de algumas pessoas. Vez ou outra nos deparamos com proprietários que trazem o animal não para consulta, mas para ser eutanasiado. Assim mesmo, direto e sem rodeios. Muitos já chegam supondo diagnóstico e prognóstico.
Decidir realizar este procedimento não é uma tarefa fácil. Pessoalmente, só realizo uma eutanásia em caso de doença terminal, quando TODAS as possibilidades de tratamento forem esgotadas e levando em consideração as condições e a disposição do proprietário em dar uma sobrevida digna àquele animal.
O paciente precisa estar em uma condição na qual não há mais como reverter as lesões existentes e a dor e o sofrimento não respondam mais à medicação. Em geral são pacientes em choque, prostrados, idosos, com sinais neurológicos, neoplasias malignas, inconsciência, emaciação, anorexia, paresia de membros etc.


Existem critérios a ser levados em consideração para a realização da eutanásia, entre eles:

1) diagnóstico da doença, baseado nos resultados de EXAMES laboratoriais;
2) impossibilidade de retomar a qualidade de vida, mesmo utilizando todos os protocolos terapêuticos e cirúrgicos;
3) avaliação física do estado mental (se há coma ou estupor);
2) impossibilidade real dos proprietários custearem os procedimentos necessários.

O que me revolta é ver que há proprietários que não sabem o que o animal tem e simplesmente não querem tratá-los. Alguns ainda são mal-educados quando respondemos que não se faz eutanásia sem exames que a indiquem!!! Querem que simplesmente olhemos para o animal e digamos: é...não tem jeito...tem que sacrificar.

Às vezes os donos fazem isso por achar que o animal é velho demais; às vezes porque o bichinho está por demais debilitado...mas não há desculpa.

Há casos em que os proprietários, mesmo tendo condições financeiras, optam pela eutanásia. O animal está acordado, se alimentando, respondendo aos chamados, urina e defeca normalmente, mas só porque já está velho ou tem uma grave infecção (tratável), tem sua sentença de morte assinada. Em outras palavras: esse tipo de proprietário não quer ter o mínimo de trabalho e recorre à eutanásia como uma forma de se livrar de um “problema”, para não gastar “à toa”, entre outros motivos vergonhosos.

A eutanásia em pacientes com doenças terminais deve ser uma decisão mútua entre proprietários e o veterinário, um acordo em que haja respeito e consideração entre ambos e de ambos para com o animal.

Não sei...pode até haver profissionais que realizem tal procedimento sem a análise necessária, sem o bom senso exigido e sem o respeito devido ao paciente. Eu, particularmente, não estudo todos os dias para isso. Nunca fiz juramento para matar, mas sim para salvar. 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Câncer em animais


Se por um lado os avanços na medicina veterinária e na farmacologia trouxeram um aumento na expectativa de vida, por outro lado, deram aos animais mais tempo para desenvolver doenças que antigamente não se via. Um exemplo bastante comum são as neoplasias (Neo = novo; plasein = formação).
Normalmente, a divisão celular é regulada por determinados fatores. Quando ocorre alguma lesão a esse sistema de controle, as células podem passar a se dividir de forma desgovernada, mesmo que a causa inicial seja removida. A neoplasia é, portanto, a proliferação desordenada de células de um tecido do organismo. As células neoplásicas começam a se multiplicar e formam um nódulo ou tumor, que pode crescer rapidamente e acabar destruindo o órgão de onde ele se originou.

Os nódulos podem ser soltos e superficiais, apresentando crescimento lento e circunscrito (benignos). Nódulos de crescimento rápido, aderidos e infiltrativos (enraizados) são chamados tumores malignos ou cânceres. As células desse tipo de tumor podem se infiltrar pelo interstício (corpo) do órgão, ganhar a corrente sangüínea ou linfática e produzir novos tumores em outros locais. São as chamadas metástases.

Um tumor, mesmo que benigno, é como um parasita que sobrevive consumindo nutrientes e oxigênio que deveriam suprir o organismo do animal. Devem, portanto, ser retirados.  Além disso, podem causar sérios problemas ao comprimir um órgão ou estrutura vital. É importante frisar também, que nada impede que tumores benignos possam tornar-se malignos. Tudo depende dos tipos de células envolvidas e dos estímulos a que elas estão submetidas.

O diagnóstico definitivo do tipo de nódulo (e se ele é benigno ou maligno) só é feito através da retirada cirúrgica e biópsia do tumor.

Existe tratamento, mas não cura, de forma que há sempre a possibilidade de uma recidiva. Normalmente faz-se a remoção do tumor através de cirurgia. Para isso, é preciso levar vários fatores em consideração, como idade do animal, qualidade de vida, expectativa de sobrevida, cuidados de enfermagem etc.

Você já deve ter ouvido alguém dizer que “quando se mexe no câncer, aí é que ele se alastra”. Não é bem assim, mas isso tem um fundo de verdade. O tumor principal (maior) normalmente secreta substâncias que inibem o crescimento dos nódulos menores (as metástases). Quando o retiramos, deixa de haver este controle e as metástases começam a crescer. É por isso que antes de uma remoção cirúrgica, deve-se fazer vários exames em busca de metástases.

Após a cirurgia pode ser feita quimioterapia (em alguns tipos de câncer), mas seus efeitos colaterais são inúmeros e muitas vezes ela é deixada de lado. Dietas específicas e suplementação nutricional também ajudam. Acupuntura tem sido usada para reduzir o tamanho dos nódulos, controlar a dor e potencializar o efeito da medicação.

Geralmente, o câncer aparece em animais mais velhos. Todas as raças podem desenvolver neoplasias, porém, as mais predispostas são Boxer, Rottweiler, Poodle, Pastor Alemão e Cocker Spaniel.

Não há como prever se um animal desenvolverá um tumor, mas o mais importante na prevenção é dar ao seu bichinho uma boa qualidade de vida, estimular os exercícios regulares e alimentá-lo de forma saudável.